quinta-feira, 23 de julho de 2009

Escritos Escarlates. - Como se estivesse alçando voo

Os passos ecoaram pelo corredor de pedra, enquanto ele corria sobre o tapete rubro, passando pelas flâmulas dourado-vermelhas de sua ordem, virou uma esquina ofegante e parou um instante para tomar fôlego, ergueu-se e caminhou imponente até a porta dupla de carvalho, muito mais alta que ele, e a escancarou com um empurrão firme.
- Chamou, Vossa Santidade? - perguntou, com sua voz grave e acolhedora, que enchia de esperança e confortava as pessoas que ouviam seus sermões.
- Ah! Desmond, finalmente você chegou! - Exclamou um ancião de mais ou menos sessenta e cinco invernos, sentado numa cadeira de espaldar alto e com uma expressão preocupada e aflita nos olhos.
- Vim assim que recebi vosso chamado, estava patrulhando as fronteiras junto das tropas... - Desmond continuou, caminhando até a frente da cadeira e fazendo uma reverência.
- Desmond, você estava afastado do comando das tropas, se não me engano, com ordem de quem foi ao campo?
- Perdoe-me Vossa Santidade, mas julguei necessário, a aliança tem tido avanços cada vez mais contundentes, o moral dos soldados está abalado, e não julgava justo que enquanto tantos estivessem dispostos a sacrificar a vida, eu ficasse ao léu em um quarto do alojamento; Faço isso para lhes dar esperança, já que o reinado não parecesse disposto a nos dar nada...
- Sim, concordo Desmond, mas receio que não devesse se expor mais, Thyatis sabe que já está sofrendo bastante pressão, e era justamente por isso que o chamei...
O olhar de Desmond estreitou-se quando ele levantou os olhos do chão e mirou o ancião, e sua voz soou contrariada quando perguntou:
- Receio que não tenha entendido o que Vossa Santidade quis dizer.
O velho dispensou o comentário de Desmond com um aceno da mão e se virou para a janela, dando as costas a Desmond.
- Sinto em dizer que tenho que afastá-lo do exército, Desmond.
- O quê??! - exclamou o jovem clérigo, ficando de pé - Por que faria tal coisa? Certamente sou um dos clérigos mais fortes com quem o exército pode contar no momento!
- Certamente que sim, certamente que sim - disse o velho se virando e olhando Desmond nos olhos - Mas entenda, esta não foi uma decisão minha, o conselho do exército foi pressionado pelas famílias influentes de Tyrondir, por causa das baixas em sua última incursão.
- Entendo. Então foram os almofadinhas que mandaram que isso fosse feito. - a voz de Desmond era ódio e rancor.
- Alguns deles perderam os filhos naquela batalha, Desmond, e você liderava, é natural que a culpa de tudo caia sobre você.
- Pois que mandem seus filhinhos de volta pra baixo das saias das mães!! Para defender Tyrondir, deve ser derramado o sangue de Tyrondir! Sem exceção! Os riquinhos não são melhores que os soldados!
- Eu concordo Desmond, mas a decisão do conselho é irrevogável, você foi afastado, não vai mais poder liderar as tropas...
Desmond socou a parede. Olhou firmemente para o velho a sua frente e crispou as mãos, respirou fundo e perguntou:
- E o que farei agora? Meu único desejo é servir Tyrondir.
- Se realmente quer meu conselho, vá viajar por Arton, existe algo que falta em todas as tropas do mundo, que é guerreiros com habilidades diversas, reúna um grupo de aventureiros, adquira experiência em agir em um grupo como esse, e volte, lute junto deles por Tyrondir. Você verá como eles serão necessários no momento certo.
- Você quer que eu aceite essa injustiça e fuja?
- Não, jovem tolo! Quero que faça como a Fênix, que se erga de suas cinzas e erga novo voo, torne-se famoso, e faça com que estes nobres implorem por sua ajuda!
Desmond olhou-o pensativo, e respondeu...
- Muito bem, se não tenho opção, serei como a Fênix, vou aceitar a decisão do conselho e abandonar o exército, eles ainda vão ouvir o nome de Desmond Onslaught!
Se virou e caminhou até a porta, parou com a mão na maçaneta e disse sem se virar:
- Vou embora amanhã cedo, peça que me preparem um cavalo e o equipamento necessário, por favor. - e dizendo isso, saiu pela porta.
O velho olhou a porta fechada um instante, e depois disse para si mesmo
- Vá Desmond, conquiste o infinito, cumpra o que está escrito para você, seja como a Fênix, siga em direção ao horizonte, como se estivesse alçando voo...

sábado, 11 de julho de 2009

Uma pena, um pergaminho...

Salvem (poucos) leitores, se é que vocês existem...

Apesar de ser um blog para ajudar rpgistas iniciantes, como a procura e a repercussão foram absurdas, vou transformar esse blog num lugar para guardar alguns textos que eu queira, se alguém quiser ler e comentar (pra variar) seria bom.
Assim, declaro que a partir do próximo post começarão os chamados Escritos Escarlates, baseado no mundo de tormenta, sobre um grupo de aventureiros.

Sem muito mais, apenas agradecendo a atenção e os comentários apesar de serem em maioria porque as pessoas me conheciam.

HAIL o/