sábado, 31 de outubro de 2009

"Rayhurst Saga" - Reunião

O sol enfraquecia, e a névoa já dominava boa parte da paisagem.
A maioria das pessoas já entravam em suas casas, e o comércio ia se fechando.
Ouviam-se murmúrios vindo da hospedaria: o grupo de sempre de trabalhadores exaustos ia receber um pouco de conforto, juntamente a exploradores e aventureiros de toda parte. Os Campeões e Capelães terminavam de empacotar seu equipamento pessoal, enquanto os integrantes da Presa chegavam, alguns como corvos, cães, e até mesmo a neblina trazia alguns deles. Exceto os Caçadores. Esses faziam questão de caminharem e já fazer a primeira ronda da noite. A troca de turnos era sempre assim: Campeões e Assassinos trocando olhares ferozes, apesar de se respeitarem muito e serem parceiros de trabalho, e Capelães agradecendo pelo dia aos últimos raios de sol, e pedindo proteção aos colegas Caçadores que trabalhariam até a aurora para garantir o sono merecido dos moradores da cidade. Alguns desse últimos admiravam e agradeciam tanto uns aos outros que até sorriam e abraçavam seus irmãos de nação.
A grande capital fozzana não fugia à regra: enquanto o povo da Estrela se retirava, a Presa assumia suas posições.
Mas aquele fim de tarde não parecia comum, apesar da troca quotidiana de turnos. Tinha um ar pesado, denso, com a impressão de que algo muito importante estaria para acontecer. E realmente aconteceu. Ao invés da líder da Presa esperar o líder da Estrela sair do palácio, e toda a mudança de turno ocorrer ali também, naquele dia, parecia mais uma reunião entre os membros principais dos dois grandes clãs. Importantes coronéis e chefes de famílias estavam se cumprimentando e reunindo-se no átrio do palácio, gerando os mesmos olhares que os Assassinos e os Campeões atacavam-se, e os mesmos afetos trocados pelos Capelães e Caçadores. Todos iam acomodando-se aos seus respectivos lugares, e fazendo cada vez menos barulho. Quando o silêncio reinou, de arcos opostos do auditório, saíram Signora Rossi, a vampira-mor, grande chefe da Presa, e do outro lado, surgiu General Patthom, envolto em sua aura confortavel de segurança e confiança, fazendo com que todos os coronéis ficassem de pé até que seu líder sentasse.
Os dois encontraram-se no meio do auditório. Trocaram olhares. Ela fez o sutil plié, com uma leve inclinação da cabeça. Ele curvou-se, abaixando um pouco a cabeça, e endireitou-se abrindo os braços e indo na direção dela. Abraçaram-se. Separaram-se. Cada um foi para sua poltrona, e deu-se início a reunião que decidiria o que fariam com o avanço do Império sobre as terras do norte.
...
Após longas horas de discussões e argumentações variadas, o General sugeriu:
- Façamos como a Presa decidir melhor, eles tomam conta de nós contra o Imortal durante a noite. Não será diferente contra o Império. Eles estão acostumados a passar dias sem durmir andando sobre sob neve densa, sem descansar. A Presa decidirá como conteremos essa afronta ao nosso poderio.
Um longo momento de silêncio se fez até que Rossi levantasse para se pronunciar:
- Faremos como fazemos contra o Imortal: Cidades patrulhadas dia e noite. Estradas com barracas de ataque rápido com portais para as cidades grandes. E como sempre, fortaleza de energia sobre nosso território para nos avisar se qualquer disturbio ocorrer.
...
Fizeram todos o voto de ciencia da estratégia.
...
Os coronéis, já cansados iam se retirando aos poucos, assim como os chefes que iam se proteger da aurora eminente.
...
O auditório encontrava-se quase vazio, porém, os líderes esperavam todos saírem, enquanto se encaravam.
...
Só sobraram os dois. Levantaram-se, caminharam um em direção ao outro. O primeiro raio de sol dividiu o salão so meio. Patthom e Rossi frente a frente. Divididos por um raio de sol.
- Como está Edward? - perguntou ele, com ar paternal.
- Bem. Recuperando-se da transformação ainda. - respondeu ela fria, mas logo relaxando um pouco, olhou acanhada para ele, e perguntou - E Erika? Tem progredido no batalhão? Já tem sua própria cor? Já fez alguma missão sozinha?
Ele gargalhou. Ela também.
- Após tanto tempo com tanto poder em nossas mãos, mas sem poder nos tocar mais, conseguimos a proeza de passar horas sem demonstrar o menor afeto, e mesmo assim, perguntar sobre nossos filhos como duas crianças perguntam uma sobre a viagem da outra. - disse ele com um sorriso no rosto, mas com uma cara de preocupado. Ela sorriu, mas logo fechou o rosto.
- Tenho que ir. O sol já raiou. Essa noite foi ótima. Obrigada por tudo.
Virou-se. Deu uns dois ou três passos e explodiu em névoa, espalhando-se pelo auditório, e desaparecendo pelas janelas. Ele deu um suspiro profundo. Deixou cair uma lágrima no chão. Virou-se e saiu.
O futuro foi jogado. O Exército e a Presa novamente uniram-se para defender a nação contra uma força grande. Já não bastava os ataques constantes do Imortal, agora teriam que conter o Império. Novamente teriam que pedir ajuda aos dragões, que sempre foram muito racionais, formais e impessoais com todo humano.
Eram tempos difíceis. Mas diferente do pôr-do-sol pesado do dia anterior, o dia que acabou de começar tinha um ar leve e esperançoso, como se a noite tivesse levado embora um problema muito grande.
A névoa foi se afastando das cidades. O murmúrio do comércio e dos trabalhadores, assim como o da hospedaria começava novamente. A troca da guarda ocorria novamente. Os Assassinos escoavam pelas sombras rapidamente, enquanto os Caçadores terminavam a última ronda, e encontravam seus amigos Capelães e contavam o turno para eles. O Campões acordavam mais lentamente, sendo bem lerdos no raiar do sol, mas ainda sim, muito mais atentos que os cidadãos comuns. O sol brilhava forte no céu, e toda rotina começara novamente. Com um ar mais leve. Mas recomeçara como todo dia, e os aventureiros iriam continuar suas jornadas e explorações sobre terras e culturas diferentes daquelas que já conheciam.
Os mais atentos leram os avisos que foram deixados em suas hospedarias: "A partir de hoje, os mortos-vivos não são mais nosso único problema. Todo aquele com cabelos ruivos e olhos claros que falar uma lingua semelhante ao germanês, deve ser abatido assim como aqueles que atacam pelo Imortal. O Império é uma ameaça. Ataquem como atacam o Imortal."
Eram tempos difíceis. Mas para a maioria tudo voltara a acontecer como no dia anterior.

Grato,

Lord Iron Druka

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Escritos Escarlates. - Como se estivesse alçando voo

Os passos ecoaram pelo corredor de pedra, enquanto ele corria sobre o tapete rubro, passando pelas flâmulas dourado-vermelhas de sua ordem, virou uma esquina ofegante e parou um instante para tomar fôlego, ergueu-se e caminhou imponente até a porta dupla de carvalho, muito mais alta que ele, e a escancarou com um empurrão firme.
- Chamou, Vossa Santidade? - perguntou, com sua voz grave e acolhedora, que enchia de esperança e confortava as pessoas que ouviam seus sermões.
- Ah! Desmond, finalmente você chegou! - Exclamou um ancião de mais ou menos sessenta e cinco invernos, sentado numa cadeira de espaldar alto e com uma expressão preocupada e aflita nos olhos.
- Vim assim que recebi vosso chamado, estava patrulhando as fronteiras junto das tropas... - Desmond continuou, caminhando até a frente da cadeira e fazendo uma reverência.
- Desmond, você estava afastado do comando das tropas, se não me engano, com ordem de quem foi ao campo?
- Perdoe-me Vossa Santidade, mas julguei necessário, a aliança tem tido avanços cada vez mais contundentes, o moral dos soldados está abalado, e não julgava justo que enquanto tantos estivessem dispostos a sacrificar a vida, eu ficasse ao léu em um quarto do alojamento; Faço isso para lhes dar esperança, já que o reinado não parecesse disposto a nos dar nada...
- Sim, concordo Desmond, mas receio que não devesse se expor mais, Thyatis sabe que já está sofrendo bastante pressão, e era justamente por isso que o chamei...
O olhar de Desmond estreitou-se quando ele levantou os olhos do chão e mirou o ancião, e sua voz soou contrariada quando perguntou:
- Receio que não tenha entendido o que Vossa Santidade quis dizer.
O velho dispensou o comentário de Desmond com um aceno da mão e se virou para a janela, dando as costas a Desmond.
- Sinto em dizer que tenho que afastá-lo do exército, Desmond.
- O quê??! - exclamou o jovem clérigo, ficando de pé - Por que faria tal coisa? Certamente sou um dos clérigos mais fortes com quem o exército pode contar no momento!
- Certamente que sim, certamente que sim - disse o velho se virando e olhando Desmond nos olhos - Mas entenda, esta não foi uma decisão minha, o conselho do exército foi pressionado pelas famílias influentes de Tyrondir, por causa das baixas em sua última incursão.
- Entendo. Então foram os almofadinhas que mandaram que isso fosse feito. - a voz de Desmond era ódio e rancor.
- Alguns deles perderam os filhos naquela batalha, Desmond, e você liderava, é natural que a culpa de tudo caia sobre você.
- Pois que mandem seus filhinhos de volta pra baixo das saias das mães!! Para defender Tyrondir, deve ser derramado o sangue de Tyrondir! Sem exceção! Os riquinhos não são melhores que os soldados!
- Eu concordo Desmond, mas a decisão do conselho é irrevogável, você foi afastado, não vai mais poder liderar as tropas...
Desmond socou a parede. Olhou firmemente para o velho a sua frente e crispou as mãos, respirou fundo e perguntou:
- E o que farei agora? Meu único desejo é servir Tyrondir.
- Se realmente quer meu conselho, vá viajar por Arton, existe algo que falta em todas as tropas do mundo, que é guerreiros com habilidades diversas, reúna um grupo de aventureiros, adquira experiência em agir em um grupo como esse, e volte, lute junto deles por Tyrondir. Você verá como eles serão necessários no momento certo.
- Você quer que eu aceite essa injustiça e fuja?
- Não, jovem tolo! Quero que faça como a Fênix, que se erga de suas cinzas e erga novo voo, torne-se famoso, e faça com que estes nobres implorem por sua ajuda!
Desmond olhou-o pensativo, e respondeu...
- Muito bem, se não tenho opção, serei como a Fênix, vou aceitar a decisão do conselho e abandonar o exército, eles ainda vão ouvir o nome de Desmond Onslaught!
Se virou e caminhou até a porta, parou com a mão na maçaneta e disse sem se virar:
- Vou embora amanhã cedo, peça que me preparem um cavalo e o equipamento necessário, por favor. - e dizendo isso, saiu pela porta.
O velho olhou a porta fechada um instante, e depois disse para si mesmo
- Vá Desmond, conquiste o infinito, cumpra o que está escrito para você, seja como a Fênix, siga em direção ao horizonte, como se estivesse alçando voo...

sábado, 11 de julho de 2009

Uma pena, um pergaminho...

Salvem (poucos) leitores, se é que vocês existem...

Apesar de ser um blog para ajudar rpgistas iniciantes, como a procura e a repercussão foram absurdas, vou transformar esse blog num lugar para guardar alguns textos que eu queira, se alguém quiser ler e comentar (pra variar) seria bom.
Assim, declaro que a partir do próximo post começarão os chamados Escritos Escarlates, baseado no mundo de tormenta, sobre um grupo de aventureiros.

Sem muito mais, apenas agradecendo a atenção e os comentários apesar de serem em maioria porque as pessoas me conheciam.

HAIL o/

segunda-feira, 4 de maio de 2009

The cult of personality...

Bom, já que o blog terá um novo enfoque, vamos fazer tudo passo a passo, e vamos começar pela criação de personagens, já falamos disso muitas vezes, e vamos falar de novo, afinal, sem personagens, não há história, então vamos começar:

Em primeiro lugar, para criar um personagem, parta do básico, raça e classe.
Sim, pense no background depois, mas antes tenha certeza da raça e da classe e tenha certeza de que sabe no que isso implica, não queira fazer um anão arqueiro, ou um halfling barbaro, a ideia até é interessante e pode dar certo, mas não é uma aposta muito certa, e combine raça e classe de modo a não sair prejudicado, não vai dar certo.
e não tente ser um joselito. Magos não pulam pro meio da baderna, clérigos não abandonam um companheiro ferido pra descer a lenha em ninguém, siga a base da classe, ela não existe a toa.

Em segundo lugar, o background. Pode parecer simplista e tals, mas Bom background = bom personagem. Em 90% dos casos, uma história interessante é boa de ser contada, então quanto mais interessante for a sua história, melhor. Tente fugir dos clássicos "vingança" e etc; mas não precisa temê-los, com um ajuste ou outro, um clássico se torna algo novo, basta saber onde mudar e onde manter. Outro conselho, Não tenha medo em "se inspirar", não tem nada errado em usar referências de outros livros/filmes/músicas, se você souber dosar a "inspiração" e ajustá-la, vai ser um bom acréscimo pro seu personagem. Por ex: Leonel Caldela em seu romance "O Inimigo do Mundo" durante uma passagem de uma batalha de cerco, conta que os goblinóides tocavam tambores para apavorar os humanos; isso imediatamente me trouxe à mente a passagem por Moria de uma certa "Sociedade". Em outro caso, no segundo romance de Caldela, ele faz uma clara referência a "O Hobbit"

Em terceiro lugar: Construa um personagem coerente. Se ele tem "Assombrado", alguma coisa em sua história aconteceu, não é simplesmente porque você ganha 2 pontos ao escolhê-la. Sempre faça algo que tenha a ver com o personagem, assim ele se torna mais conciso, mais coerente, mais humano.

No próximo post tem mais.


HAIL o/

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

Já uma vez proclamada pelo arcaico Luís Vaz de Camões, descendente direto de Vasco da Gama, essa frase me diz muita coisa, e é uma das explicações mais plausíveis para quase todas as questões sobre comportamento humano. E como ninguém é de ferro, aqui estamos nós mudando...

Depois de longo e tenebroso inverno (ou inferno), voltamos nossos olhos ao blog, e vimos teias de aranhas gigantescas, e seres estranhos e curiosos de todos os tipos e cores, que vem esperando ansiosamente por mais um post ou palavrinha dos autores, que "fugiram" do blog por cerca de 2 meses, e voltam mudando o estilo de escrita.

Sim! as dicas de mestre continuarão sendo adicionadas, mas agora o foco do site será em uma aventura, genérica em que cada um discutirá cada capitulo alternadamente, sem muitas regras à serem especificadas, simplesmente desenvolveremos uma estória (que pra maioria não existe, mas que é sim diferente daquela história do colégio) onde qualquer herói, ou um grupo desses espécimes, poderão se imaginar e livremente utilizar em sua própria mesa de aventuras sem menor receio, e logo aviso: sugestões de continuações são muitíssimo bem-vindas!

Espero que os leitores aproveitem bem essa nova fase do blog, e que aproveitem muito.

Grato,

Lord Iron Druka

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Personagens, Personagens e Personagens pt. 2

Aproveitando o gancho de personagem Vs. interpretação, venho por meio desta declarar em alto e bom tom para todos ouvirem (no caso, lerem): "Leiam todo aquele blablabla que se chama descrição de classe antes de escolher uma."

Cansei de mestrar pra bardos que usavam suas violas pra da porrada, magos que "esqueceram" que podiam ter usado uma palavra de poder, ao invés de descer o cajado na orelha do chefe final, e guerreiros que compraram tantos talentos de combate, mas não saem dos seus míseros +6/+1.

Se você escolhe a sua classe porque o nome é bacana ou a ilustração é bem feita, esquece tudo isso, e vai ler um bom livro de literatura portuguesa do séc. XV, que pelo menos você vai ter cultura pra não falar bobagem na frente de gente culta.

E ao mesmo tempo, parabenizo aquele que, mesmo com o personagem nas últimas, e vendo que eh so parti pro tapa que o problema se resolve em 2 turnos continua a tocar o seu banjo, ou a conjurar uma magia, ou pega a fixa pra fuça em de novo naquela infindável lista de talentos por um que possa imobiliza o inimigo sem matá-lo, ou que arrebente a cara dele de uma vez.

Grato,

Lord Iron Druka

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Personagens, personagens e personagens.

Opa, falando de mais um assunto freqüente, inclusive na minha mesa de jogo, a interação entre personagens. É muito normal, você ouvir um jogador se referir a outro como "Ei, Eduardo, conjura uma cura ae por que eu to ficando sem pvs" até aí sem problema certo? Errado! Primeiro: O personagem se chama Azhing, Eduardo é o nome do jogador. Segundo: Que guerreiro vira para um clérigo e diz que está "ficando sem pvs"?

Esse é um dos dois problemas a ser contornado. Já joguei com mesas que jogavam há anos juntos e o os jogadores não sabiam o nome dos personagens dos amigos, às vezes não sabiam o nome nem do seu próprio personagem!! Ou então grupos em que os jogadores iam contra os personagens. Por Ex: Um paladino que se esquiva do golpe e deixa o mago levar o ataque. Um druida que briga para ter mais dinheiro na hora da partilha dos tesouros. A premissa de um paladino é proteger os mais fracos. Por que um druida que vive nas florestas vai querer dinheiro?? Um grupo de aventureiros é supostamente uma família, eles deveriam se entender bem, lutar organizadamente em combate, se conhecer melhor do que conhecem a si mesmos, brigar, ter conflitos de ideologia(os heróis da lança trabalhavam bem juntos, mas Sturm preferia morrer a confiar em Raistlin), nem os conflitos - quando bem interpretados - são ruims, os grupos precisariam ser assim. Mas boa parte dos jogadores não se preocupa em interpretar essa relação, nem em conhecer seus colegas... (Já vi um mago jogar uma bola de fogo no meio dos inimigos, sendo que um personagem licantropo estava lutando lá, conclusão: pegou fogo no pêlo e o licantropo levou um belo dano. E por quê o mago fez isso? Por que ele não sabia que aquele personagem era licantropo.) Se necessário o mestre pode estimular esse trabalho em equipe, dando bonificações para os personagens que agirem bem dessa maneira, com isso, o resto dos jogadores vão começar a fazer o mesmo, e depois de um tempo o mestre pode remover a bonificação pois aquilo se tornará normal para eles.

Segundo problema: Interpretação... Eu sei, eu sei, é impossível não interpretar quando se joga um jogo de interpretação... Não, não é impossível, vejo muitos jogadores não interpretando até as situações mais banais, como ir até uma taverna e comprar uma bebida...(fica mais ou menos assim: "eu entro na taverna e peço uma bebida." divertido não?) desse jeito o jogo devia se chamar URPG, UnRole Playing Game, ou Jogo de Não Interpretação. Os personagens dificilmente interpretam, preferem só sair na porrada, e aí começa outro problema: Eles não interpretam a luta!!! Um diálogo durante a luta se resume a: "OK, é minha vez?[começa aqui o cálculo de bônus e penalidades até o modificador final] Eu ataco [nome da arma ou do talento que usa][barulho do dado sendo rolado]Acertei?[se sim, rolagem do dano, se não, xingamento]." Isso se segue pelo número de ataques por rodada que o personagem tem, sem interpretação. Onde estão as bravatas? A conversa entre os jogadores? A descrição de suas ações? As exclamações de surpresa? As instruções gritadas entre os personagens? Nunca vi um jogador interpretar uma prece de clérigo, e pouquíssimos interpretam as conjurações dos magos. Só salva-se aqui um personagem: o Swashbuckler, por que a zombaria faz parte das suas habilidades, o que obriga a interpretação em combate, o resto nem se abala em interpretar...

Tentem fazer mais isso, não é difícil, não custa nada e o jogo fica muito mais divertido ;D

Roleplaying is living...

Cheers o/